Esportes

Hóquei em patins – 1ª Divisão – A Dança do Defeso

São poucos os que se lembram de testemunhar um Campeonato Nacional da 1ª Divisão de hóquei em patins tão competitivo como o da época passada.

Se na liderança, Benfica e Porto ficaram empatados a nível pontual, um pouco por toda a tabela verificou-se um equilíbrio da qualidade de jogo apresentada por todas as equipas, tanto na luta pelas competições europeias como na luta pela manutenção.

Para a próxima época, a Federação Portuguesa de Patinagem já anunciou que o Campeonato só terá o seu início já perto do final do mês de Outubro, o que fará com que este defeso totalize cerca de quatro meses.

Ainda assim, esta longa interrupção serve para ir aguçando o apetite em relação às equipas e observando as movimentações do mercado de transferências, bem como assistir aos habituais torneios de verão que não deixam esmorecer os amantes desta modalidade durante os meses de Julho e Agosto.

Em Setembro, já há pelo menos um Torneio de Abertura confirmado em Lisboa, o que permitirá às equipas de Lisboa de todas as divisões começarem a competir e a ganhar forma ainda antes do campeonato ter o seu início.

No que toca ao assalto ao título da próxima época, o Porto e o Benfica não apresentam cenários muito diferentes:

  • – O FC Porto assume mais uma vez a candidatura mais séria ao título, sendo que terá a pesada herança do deca-campeonato que conquistou na passada época para suportar. Os Dragões entregam o comando da equipa a um novo nome que é uma cara bem conhecida dos azuis e brancos: Tó Neves. O lendário jogador que agora voltou a merecer a confiança de Pinto da Costa “roubou” à Oliveirense dois bons jogadores, Tiago Santos e Nélson Pereira e recuperou ainda Caio, que tinha saído do Porto há um ano atrás. O Porto perde apenas Emanuel Garcia e André Azevedo, tendo conseguido fechar as renovações de todos os principais jogadores do plantel.
  • – O SL Benfica que na época passada ficou muito perto de contrariar a hegemonia portista dos últimos anos, fez poucas alterações no seu plantel. Tendo as camadas jovens em plena crise de sucessão no que toca à definição de comandos técnicos, Luís Sénica acabou por assegurar a continuidade à frente das águias, tendo conseguido as duas contratações mais sonantes do actual defeso: Sérgio Silva ao Candelária e Calitos López ao Barcelona. Para além de Caio que regressa ao Porto, Tiago Rafael abandona o Pavilhão da Luz rumo aos Açores para representar o Candelária e Ricardo Pereira muda-se para Torres Vedras para representar a Física. Mantendo o principal tronco que sustentou a equipa na passa época, a equipa do Benfica parece estar em condições de assumir uma candidatura ainda mais séria ao título da próxima época.

Todos os restantes clubes vão tendo também algumas movimentações neste período de transferências. Ainda assim, as principais referências são pela negativa, para o GDS Cascais e para o Porto Santo que devido a problemas financeiros poderão não conseguir competir com as suas equipas seniores na 1ª Divisão da próxima época.

Caso se confirmem os problemas financeiros de algum destes clubes, visto que ambos já se inscreveram na competição, terão de dar 3 faltas de comparência, o que originará a desclassificação da equipa e sucessiva redução das equipas que competem neste campeonato.

Outra referência ainda para as equipas recentemente promovidas: Tigres de Almeirim, Paço de Arcos, Infante de Sagres e Riba d’Ave. Todas estas quatro equipas têm muita tradição na modalidade e já apresentaram reforços que fazem crer que a luta pela manutenção será feita entre muito mais do que cinco ou seis equipas.

A equipa de Almeirim foi a que se reforçou em maior quantidade, fazendo também uma clara aposta em jogadores ainda muito jovens com um historial de presença nas seleções nacionais e regionais.
A meio da tabela e na luta pelos lugares europeus espera-se uma clara liderança da Oliveirense e do Candelária.

As duas equipes que na passada época disputaram a final da Taça de Portugal (vencida pela Oliveirense), prometem continuar a apostar forte nas suas equipas e voltarem a tentar atrapalhar as contas dos líderes do Campeonato.

O restante leque de equipas contém nomes históricos e sonantes do hóquei patinado português: entre hóquei de Barcelos, Braga, Física, Valongo, Espinho e Gulpilhares prevê-se mais uma época de grandes confrontos que irão instalar uma verdadeira guerra a meio da tabela.

Como vemos, os dados estão lançados mas ainda falta algum tempo para os patins começarem a rolar. Na época que marca o regresso do hóquei à televisão portuguesa e a conquista de um lugar de destaque na agenda desportiva portuguesa, prevê-se que exista uma nova vaga de apostadores a investir nos resultados das equipas.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *